quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O abismo

Danças  à beira do abismo
Esta música sem sentido
Carregada de simbolismos
Que já mais terás entendido

Cantas  à beira do abismo
Versos  doloridos
Carregados de egoísmo
Que já mais serão ouvidos

Te  jogas neste abismo
Num vôo descabido
Recitando paralogismos
De tudo que tens vivido

E no fundo deste abismo
Percebas não ter morrido
Cantas os teus saudosismos
Danças por ter sobrevivido

(Luia - 10/11/2010)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O esboço

Rabisco traço a traço
corpo e alma em pedaços
e sem amarras ou laços
os solto neste espaço

Rascunho passo a passo
a angustia que traço
desnudo sem compasso
o desenho que me faço

Revelado  o que traço
me desfaço
me disfarço
me refaço

Já renovado
sem  carne  e  sem osso
fico exposto
Acabado
ainda sou um esboço

(Luia - 30/09/2010)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ponto de partida

De um pequeno ponto nasce o traço
que sem destino corre pelo papel
escreve, desenha, desnuda e
revela minhas angustias
até morrer no ponto final